10 livros sobre universo digital e polarização
Vocês pediram e eu fiz a lista!!! O que você pode ler para não ser mais enganado.
Vocês vivem me pedindo uma lista de livros que falem sobre universo digital. Eu sempre prometia e esquecia. Resolvi nesse início de 2023 fazer esta, que pode vir sempre a receber atualizações.
Inclusive, se você conhece algum título que não está aqui, por favor mande para mim!!!
“O inimigo conhece o sistema”, de Marta Peirano
A jornalista espanhola mostra o histórico dos impérios das Big Techs, como foram pouco a pouco aprendendo a monetizar nossos dados pessoais e de que forma agora praticam neurohacking e manipulam o poder político.
“Engenheiros do caos”, de Giuliano da Empoli
O escritor italiano detalha os mecanismos de hipersegmentação de público que geram manipulações massivas de opinião nas redes sociais.
“The Psychology of Fake News: Accepting, Sharing, and Correcting Misinformation” (English Edition)
Esse, infelizmente, só tem em inglês. O bom é que custa zero reais no Kindle brasileiro e é uma publicação caríssima da Routledge, respeitada editora científica. Reúne estudos científicos de diversas áreas sobre fake news e cognição humana. Praticamente uma bíblia do tema.
“Guerra pela eternidade”, de Benjamin Teitelbaum
Livro muito interessante mostrando como as histórias reais de Olavo de Carvalho, Steve Bannon e Alexandr Dugin se entrelaçam em estratégias para controle mental, usadas depois na política. Foi revisado pelo próprio Bannon.
“The Power of Us: Harnessing Our Shared Identities to Improve Performance, Increase Cooperation, and Promote Social Harmony” (English Edition), de Jay Van Bavel e Dominic J. Parker
Também só em inglês mas pode, em breve, ter uma edição brasileira. É uma condução de diversos experimentos científicos que podem nos ensinar a aceitar nossas identidades individuais, ter consciência das diferenças e trabalhar para uma sociedade mais colaborativa e menos divisiva.
“The Coddling of the American Mind: How Good Intentions and Bad Ideas Are Setting Up a Generation for Failure” (English Edition), de Jonathan Haidt e Greg Lukianoff.
Outro que só tem em inglês (mas o próximo é um livro dos mesmos autores em português). Mostra, com dados reais e experimentos científicos como as ideias vitimistas e de proteção vindas com o identitarismo estão preparando uma geração inteira para o fracasso pessoal.
“A Mente Moralista: Por que pessoas boas são segregadas por política e religião”, de Jonathan Haidt.
É o principal livro do autor, psicólogo social que tem se especializado em ler os movimentos divisionistas que se fortalecem com o negócio das redes sociais, cujo business consiste basicamente a hipersegmentação do público, ou seja, divisionismo. Ele explica como as teorias que têm feito brilhar os olhos de influencers funcionam no nosso cérebro e na nossa relação com os outros. Também indica formas de sair dessa espiral de ódio e sinalização de virtude.
“La traición progresista (Spanish Edition)”, do jornalista Alejo Schapire
Nesse livro, o jornalista traça um histórico factual entre o momento em que progressistas lutavam pela liberdade e a confusão de agora, em que o progressismo reivindica para si o condão de silenciar ideias e pessoas.
“Cynical Theories: How Activist Scholarship Made Everything about Race, Gender, and Identity—and Why This Harms Everybody” (English Edition), de Helen Pluckrose e James Lindsay
Esse livro é vendido impresso em português, mas a versão eletrônica é só em inglês. Relata uma experiência divertidíssima em que falsos estudos, contendo as palavras certas do identitarismo, doses de vitimização e sinalização de virtude foram aceitos como verdadeiros por universidades conceituadas. Meu preferido é o da cultura do estupro no mundo canino.
“Identitarismo, a militância Tabajara: Como o parque de areia antialérgica da sociedade esculhambou as lutas identitárias”, escrito por mim (hahahaha)
São minhas primeiras pesquisas sobre o tema, que deram origem ao livro “Cancelando o Cancelamento”, a ser lançado pela LVM Editora agora no início do ano. Ele mostra a diferença entre pautas identitárias legítimas e o identitarismo, uma espécie de seita que se tornou muito popular sobretudo na publicidade, comunicação e meio artístico. Não é inofensiva, apesar de parecer.